O desembargador federal Ney Bello, que é professor da UFMA, diretor do curso de Direito da UNDB e amigo de infância do ministro Flávio Dino, pode ser alvo de apuração no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) caso sejam formalizadas as denúncias sobre supostas mensagens atribuídas a ele e divulgadas pelo deputado estadual Yglésio Moyses na trama político-judiciária envolvendo o cenário estadual no Maranhão.
Segundo o material publicado por Yglésio, as mensagens teriam sido enviadas pelo secretário de Articulação Política, Rubens Pereira, e mostram um desembargador listando condições para que o governador Carlos Brandão mantivesse a governabilidade. Entre as exigências estariam: afastar o irmão do governador de assuntos do Estado, devolver secretarias ao PT, anunciar publicamente candidatura ao Senado com Felipe Camarão como sucessor, afastar parentes do governo e se abster de interferir na eleição da Assembleia Legislativa do Maranhão. “Com isso, ele senta e governa”, dizia a mensagem seguinte à lista de exigências.
O deputado federal Rubens Pereira Júnior foi o responsável por colocar Ney Bello na conversa, em discurso emocionado na Câmara dos Deputados no dia 21 de outubro. “Ao chegar onde o ministro Flávio Dino e também ao desembargador federal Ney Bello, eu disse: ‘Olha, estou vindo aqui numa missão de paz’.”, disse o filho de Rubão.
A eventual vinculação do magistrado ao caso pode motivar uma representação disciplinar no CNJ, órgão responsável por fiscalizar a conduta de juízes e desembargadores. Próximo de Dino e entusiasta da pré-candidatura de Camarão, Ney Bello tem dois sobrinhos na linha de frente do grupo político do petista: André Bello e o deputado estadual Leandro Bello.

